20 de agosto de 2011

Those electric eyes

Bonito era o nascer-do-sol batendo na janela do nosso quarto ultrapassando as cortinas negras, fazendo o corpo pálido de Roxanne esconder-se debaixo das cobertas; vinha sempre junto do vento gelado das manhãs que fazia agora minha branca encolher-se. Cheiro de orvalho, cheiro de grama molhada e cheiro de azul índigo. Seu nariz, arrebitado, beijei e levantei por fim. Uma regata preta combinando com a lingerie de poliéster preta, abri então toda a casa e deixei a manhã tomar conta dela. Baguncei meu cobre cabelo, o nariz torci e por fim bocejei. Coloquei a água pra ferver, fatiei o pão e sobre a mesa a manteiga coloquei. Feito o café, escutei mimosos passos de minha pequena, esquentei então o seu leite, feito isso, servi em sua xícara branca internamente preta que combinava exatamente com a minha preta de interior branco e carregando café preto. Bonitos eram os olhos da minha menina. Eram brilhantes, eram hipnóticos. Eram doces, eram gentis. Sentou-se, a camisola branca de renda contrastava bem com o cabelo castanho-escuro que agora refletia o sol, então, pegou a xícara e sem dizer uma palavra sequer, tingiu o liquido branco e quente com pegajoso âmbar para adoçar ainda mais a bebida já doce. Mas, ah! Os seus olhos! Olhos tão dela, olhos tão meus. São olhos seus, são faróis meus. A canela lancei no café puro, preto continuou, amargo continuou. É mel dela, é café meu. São os seus olhos castanhos, são os meus negros. É o mel dela, é o café meu. É seu beijo adoçando meu amargo, é meu amargo tirando o doce dos seus finos lábios rosados. Bonito mesmo era a forma como ela me completava e me deixava fazer o mesmo.

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