1 de outubro de 2011

Sourires, larmes, douleur ...

Pegou a minha mão e tocou com ela o seu rosto, olhou-me fundo nos olhos e sorriu como quem havia estado infeliz por muito tempo e por um lapso de segundo eu achei que o era, mas por que era? Acariciei seu rosto e a vi cerrar seus olhos cor de terra como se estivesse em rendição, a bochecha morena tingir de rosa, os lábios já rosados morder. Minha tão querida amante... Minha tão triste mulher. Abraçava-me com tanta saudade que eu sequer acreditava que tal força herculana era mesmo dos seus magros braços, parecia não me ver há anos, parecida ter dado fim à uma longa espera que se havia estendido por milênios, entretanto, era uma pena que tal força só lhe fosse presente nos braços uma vez que suas pernas tremiam e falhavam, derrubando-a em meus braços trazendo-a para meu abraço. Ria feito louca e chorava como uma velha desesperada, não sabia se sorria também ou se me preocupava até ver tão genuíno sorriso estampado em seu rosto. Não sabia já há quanto tempo não a via sorrir com tanta sinceridade nos lábios, não sabia mais dizer quanto tempo fazia que eu não via tamanha simplicidade e pureza em um mero sorriso. Era tão verdadeiro que me arrancava um sorriso de igual felicidade e sinceridade, de tamanha felicidade e simples pureza, simples alegria. Meu coração saltava e podia ouvir o seu dançar junto do meu, ambos frenéticos, loucos, agitados, sedentos pelo outro. Era tão linda aquela alegria no seu sorriso e o brilho estampado nos seus olhos... Era tão bom saber que aquela alegria era por mim e que o tempo não a havia matado ainda, que eu ainda a fazia sorrir e que ela ainda era capaz de perdoar minha ausência aguardando-me cheia de mimos. Era tão bonito de ver como gostava dela e ela de mim... Mas ah, que tristeza. Acordei.