27 de novembro de 2010

Sigue ardiendo

Y estoy sintiendo en mis adentros
Como el fuego no se apago...



Sabe, eu sempre achei essa coisa de arrependimento uma coisa tremendamente vaga, sempre disse à mim, aliás, prometi para mim mesma que só deveria me arrepender do que não foi feito. Hoje vejo que é impossível manter essa promessa, me tomando a honra toda. Eu me arrependo sim de algumas coisas que acabei por fazer, mas mantendo em partes a promessa, me arrependo ainda mais das coisas que eu não fiz quando quis fazê-las, quando era certo de serem feitas, me arrependo de não ter vivido o que eu supostamente deveria. Adoro o sabor amargo do café puro e forte, entretanto, o amargo desse arrependimento me cega os olhos e me trava a garganta de tal maneira que me perco. A única coisa que me dói mais do que esse arrependimento é a dúvida entre o pensamento de ter agido errado e estragado tudo com uma atitude sem perdão ou a idéia de que talvez isso tudo que aconteceu foi necessário como uma espécie de teste. De toda maneira, o que eu mais odeio em tudo que estou sentindo agora é a lembrança do seu toque e do seu sorriso, que me arrastam até você quando eu mais tento te esquecer. O que posso dizer é: Coração, você está demitido e acima de tudo, com justa causa. Isso se ele sair sem levar um processo.

20 de novembro de 2010

Lonely Hearts Club Band

"Trouble is her only friend and he's back again / makes her body older than it really is
(...) I'll carry you home / if she had wings she would fly away
(...) as strong as you were, tender you go / I'm watching you breathing for the last time.
A song for your heart, but when it is quiet / I know what it means and I'll carry you home"  

Estava ouvindo Queen e resolvi ir escrever pra tirar a cabeça do mundo terreno, e por incrível que pareça, pela primeira vez não funcionou. Mudei a música, agora para Carry you Home de James Blunt que já começa com uma frase à se pensar, e inclusive, cujos trechos coloquei no começo do post, "if she had wings she would fly away", ou seja, "se ela tivesse asas ela voaria para longe"... De fato, isso se aplica em mim. Por alguma razão, ultimamente vem se tornado insuportável viver, insuportável de respirar e manter-se vivo, torturante de pensar, completamente assassino à mente. Aos poucos, termina por se tornar letal até para si mesmo, uma arma contra seu corpo já adoecido pelo tempo e pela depressão, sua fragilidade é a única coisa verdadeira que você consegue ter e todo o resto é imagem virtual de mil e um espelhos refletindo a mesma imagem aterrorizante de você. Uma pessa destruída, triste, infeliz, quebrada por dentro, prisioneira dos próprios demônios, vivendo no escuro. Em hiatus.

19 de novembro de 2010

Nobody knows it but me

Sabe, quando se está triste é quando se melhor escreve, por mais que sempre digam "se acalme e pense bem depois", deveriam de ouvir quando se está triste e no ápice de sua loucura, pois é quando se vê as coisas com mais clareza ao ponto de dizer tudo que pensa, ao ponto de ter coragem de fazer o que você realmente quer ou acha melhor. O que te doeria mais vindo da pessoa que você ama? "Eu não te amo mais, me deixe ir", ou um "Eu te amo, não quero, mas eu preciso ir embora agora..."? Sempre me disseram que a indiferença da pessoa de quem gosta pode matar e é a maior dor que se pode ter, mas eu tenho uma teoria provada de que não é verdade. A maior dor é ver a pessoa que você mais amou no mundo passar ao seu lado, você notá-la e virar o rosto fingindo nem mesmo conhecê-la, ter que vê-la e tratá-la como uma pessoa estranha. Algumas coisas vem na cabeça, você se arrepende, mas no fundo, não mudaria nada, pois é isso que fez você mais forte de um certo modo, é isso que te faz triste e tornou tudo um inferno agora, mas ainda sim, é o que te elevou aonde está, pois precisava ter acontecido. Eu acho que estou louca.

Mp3: Lips of a angel, Hinder.

6 de novembro de 2010

"Deixa eu brincar de ser feliz...

... deixa eu pintar o meu nariz"
Los Hermanos, Todo Carnaval Tem Seu Fim.
 

Sabe, eu fico tão depressiva ouvindo essa música, fazendo uma análise de cada frase, escutando-a repetidas vezes, adivinhando as frases seguintes. Para aliviar essa dosagem exagerada de drama, volto para 2007 e escuto D'Black com a música 'sem ar', ainda mais triste, mas ainda sim, não tão impactante em mim quanto a anterior. Me inspiro para escrever e nada vem na mente, a parte ruim de ficar triste é quando as pessoas ao seu lado resolvem notar e se angustiar com isso, toda a angonia dentro do meu peito não é páreo para a dor que essa empatia me causa. Não é que a solidão seja boa, só é o melhor quando se deve dividir ou causar dor da pessoa do seu lado. Ela está aqui, isso é bom, mas ainda sim, pensar que a machuco, com toda essa insanidade e imensa melancolia em mim, é como morrer e ainda sim, a quero por perto e honestamente, não sei o que faria sem ela do meu lado. Ivete Sangalo, Deixo, linda a letra por mais que eu não seja grande fã das músicas dela. "(...) Quando a noite vem / fico louco 'prá dormir / só pra ter você / nos meus sonhos / me falando coisas de amor / Sinto que me perco no tempo / debaixo do meu cobertor / Eu faria tudo / prá não te perder / assim / Mas o dia vem / e deixo você ir" Acho que são poucas as músicas que podem explicar melhor os meus sentimentos. Pesadelos mesmo que torturantes ainda sim são bons pra tirar a cabeça dos problemas se uma face conhecida e agradável estiver por lá. A verdade é que estou infeliz e são poucos os momentos em que consigo espantar isso, e ultimamente ando confusa sobre sair do meu mundo, quando saio só me firo, não vale a pena então, mas ainda sim, sempre faço. O risco de se machucar, de se perder é sempre tão grande quanto o de deixar de ter medo da luz, acredito, então é, no final das contas acaba valendo a pena de um jeito de outro.