24 de dezembro de 2010

In Paris and Rome

Hoje acordei com um tremendo mal humor. Não que geralmente eu acorde de bom humor, mas hoje eu cheguei ao ponto extremo da minha fúria. Estou com creme no cabelo e máscara facial escutando a mesma música do Michael Bublé pela milésima vez seguida só hoje. Já sentiu saudades? Digo, saudades de verdade, não aquele simples sentimento de falta. Tudo dói menos quando você sabe que a pessoa só está em outra rua, quando você descobre que ela foi pra um lugar bem longe de ti e que talvez nem volte mais, é ai que dói demais. Você chora a cada instante, tudo te lembra aquela pessoa e seu único desejo é ser motivo o bastante para fazê-la voltar e desta vez ficar. É véspera de natal e eu estou brigando com todo mundo desde a madrugada, como seria possível uma coisa dessas? Até mesmo a parte vital de meu ser já me dei ao luxo de ferir com as palavras. É horrível, certo? Sentir-se tão patética e tão dependente de alguém? Eu tô péssima e quando mais preciso de alguém do meu lado ninguém está, nem mesmo a pessoa que eu mais queria por perto. Nada, nem uma palavra doce. E as mentiras? Ah, como elas me machucam. Por que não ser honesta uma simples vez? Por que é sempre mais fácil queimar com brasas antes de matar? Eu odeio isso. A confusão, a dúvida, a dor. Tem tantas coisas que eu quero, tem tantas coisas que me fazem cair e eu odeio o Natal. Porque não é verdade quando dizem que é um dia de paz. É um dia de caos. Todos estressados, todo mundo bravo e ninguém com reais sentimentos. É uma imensa futilidade carregada de falsidade e obrigações. E quando realmente queremos estar com alguém, essa pessoa nunca está. Eu não preciso de um abraço, de palavras falsas e repetidas, tampouco de um presente. Eu só preciso escutar um sincero "fique bem" vindo das pessoas com quem me importo. É tão dificil? Pelo visto sim. Me sinto o Grinch depois desse desabafo louco e sem contexto. Aos que ainda conseguem ver alegria em estar vivos, um feliz natal e ótimas festas. Bebam muito e espero que tenham ganhado um presente bom e um bom pedaço de pernil, porque é só isso que o natal se transformou. E espero que alguns, ao contrário de mim e 99% da população mundial consigam captar a verdadeira energia do natal e aproveitá-la tornando esse dia em algo que não se baseie em falsidade e consumismo.

"And I've been keeping all the letters that I wrote to you
In each one a line or two
"I'm fine baby, how are you?"
Well I would send them but I know that it's just not enough
My words were cold and flat
And you deserve more than that"

15 de dezembro de 2010

And time makes it harder

"Estava atrasada para o jornal e não achava a bendita chave do carro, aonde eu poderia tê-la posto? Cheguei até mesmo a pensar que Hércules a havia devorado, mas voltei e me lembrei do quão aquele meu velho amigo era lento até mesmo para comer seu mingau matinal. Revirei todas as partes da casa, todas. Me lembrei que andei pegando minhas malas no armário de meu escritório, fui verificar lá também e não achei nada, apenas uma velha bolsa que usava bastante durante meus semestres passados. Resolvi pegá-la, lembrei-me dos documentos perdidos e a joguei na escrivaninha, olharia depois. Parei e achei uma caixa, minha caixa de sonhos e recordações, meu eterno relicário. Peguei e deixei lá embaixo, odiava vê-lo porque sempre me fazia mal, mas resolvi procurar algo por lá. Provavelmente acharia algo de Yan ou de Edward, como sentia falta deles. Depois de Hércules eram meus melhores amigos. Estava pesada e logo deixei que caísse ao chão de uma altura baixa. De cima da escada vi a chave num vaso de planta e corri, a peguei então e sai finalmente (...) Cheguei em casa tremendamente abatida. Estava cansada. Estava triste. Eu podia perder meu emprego, e isso era algo horrível, ainda mais pra uma universitária dos bolsos vazios e a barriga roncando. Suspirei fundo e me joguei na poltrona, escutei o telefone no escritório tocar e me arrastei até lá, atendi, o sindico estava avisando sobre mais uma reunião com aquele sotaque fajuto. Desliguei após confirmar falsa futura presença. Vi a caixa e ai então me lembrei dela, sorri de canto. Estava tão triste e tão mal, nem mesmo queria vê-la, meu estômago já estava embrulhando como sempre fazia ao se lembrar do quão aquele passado trancado ali doia (...) Tanta porcaria, coisas das quais nem me lembrava, cartas de Emme, alguns desenhos de Mérope, fotos, flores e um brilho rosa com um pedaço de aluminio. Um sorriso de orelha a orelha me brotou, eu lembrava bem. Era a segunda vez que eu o encontrava daquela forma e desta vez estava junto de um pequeno desenho de coração. Como eu sentia falta de conversar com ela. Mas tinha medo, muito medo (...) Sem ver tomei coragem e me levantei, desliguei o som, enxuguei o rosto e revirei a lista telefônica, achando finalmente o tal número. Chamou, chamou, demorou, pensei em desligar, mas meu pensamento foi cortando quando escutei a voz tão conhecida:
- Alô? - engoli seco e suspirei fundo, fiquei muda - Alguém na linha? - O que falar? Fiquei muda, respirei fundo - Alô?
- Meridiana? Hey... - Era mais um sussurro, sempre era.
Por um instante percebi o quão havia sentido falta dela. Saudade, de verdade."

Trecho de meu livro que estive escrevendo agora a pouco, dedicado à Mariana Fiori e seu sonho de valsa, cuja falta eu senti por um bom tempo e bem, cuja paciência comigo merecia um "obrigada" mais original, ainda mais com essas últimas madrugadas de palhaçadas minhas. Aprender o que é saudade dói, mas é gostoso quando a gente acaba matando as saudades de uma velha amiga assim. Obrigada pequena.

13 de dezembro de 2010

Sunset in your eyes

Acho que hoje é um dos poucos dias que acordo de mau humor, porém, relativamente feliz. Tive uma péssima noite de sono, não consegui dormir por causa do calor, passei mal, mas uma coisa valeu a pena de fato. Sabe aquelas coisas que acontecem todo dia, e quando acabam, você sente falta? Então, acaba recebendo uma "amostra grátis", pequena e quase insatisfatória comparada com as antigas mostras, mas ainda sim, você fica feliz e completamente satisfeito? É mais ou menos isso. O dia era vinte e sete de novembro, lá estava eu cuidando da minha vida quando descendo as escadas senti o coração acelerar; o tempo, o mundo inteiro, todos simplesmente pararam; minhas pernas tremeram; minha lingua e garganta ficaram travadas, como se algo as segurasse; minha visão girava, meus olhos pareciam arder e minha mente lhes protejava lembranças e vultos mesclados com aquela visão do momento; tudo parou. Tudo. Do you know that everytime you're near, everybody else seems far away? É quase, aliás, é totalmente como nessa frase. Estou escutando Hoobastank e acho que é a primeira vez que me identifico de verdade com alguma das letras deles. Aliás, ultimamente ando me identificando com toda e qualquer música que fale de mágoa e/ou pesar, arrependimentos e dores. De distâncias. Infelizmente, eu quem construi o "muro de concreto entre nossos lábios", e nem ouso dizer que precisei pensar antes de admitir. Voltei a escrever meu antigo livro, um tanto quando nostalgica. Reli algumas partes e simplesmente me pergunto porque Laurence acabou agindo daquela maneira, minha vontade é que como ela, eu pudesse simplesmente apagar e escrever um final diferente, mas isso é impossível. Cresci com uma frase de Chico Xavier enraizada em mim: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." e hoje me pergunto se isso se aplica a todas as pessoas, me pergunto se adianta em todos os casos simplesmente tentar escrever um final diferente do que era planejado, a resposta geral é "desista". Deveria desistir? Ainda não acho que seja hora de covardia, é cedo demais e eu sei que ainda posso chegar mais perto do pódio que isto.

12 de dezembro de 2010

Il faut oublier

Acordei cedo para receber minha avó e meu pai que chegam de viagem hoje, um remorso enorme de ter saído do msn e não ter voltado a tempo para algo, uma dor de cabeça infernal, uma péssima noite de sono. Descobri que acordei 09:30am a toa porque eles só chegam 12:30pm aqui, o que deve ter ajudado muito para meu "bom" humor matinal. Desde então enrolei para sair do quarto ou tomar banho, minha vontade é gritar e brigar com todo mundo e eu honestamente não queria sair de casa hoje. Me pergunto se os rapazes do colégio vão me matar por faltar ao filme seguido de um passeio pela pista de kart e a resposta é imediata "Eles vão te matar sim Larissa, com muito sofrimento para ti". Não é que eu não queira ir, só estou com preguiça e mau humor. Está calor, odeio calor. São 27ºC lá fora e eu sinto como se fossem 35ºC ou mais. Malditas sejam as sensações térmicas exageradas. Meus olhos ardem, meus olhos ardem muito. Eu estou furiosa, estou triste, é um misto louco e confuso de sensações e idéias. Tive outro sonho estranho e me pergunto porque venho tendo imagens tão estranhas na cabeça. Eu sei que é algo impossível, tenho certeza disso. Meus sonhos acabam virando ilusões e eu odeio me iludir, o resultado sempre me desaponta. E não é verdade o que dizem, arrependimento e sinceridade de sentimentos não fazem a garota ficar com você, nunca resolve. Anyway, preciso me ensinar a esquecer as coisas que devem ser esquecidas.

10 de dezembro de 2010

Picture with a old frame

Ando tão cansada de não fazer nada ultimamente, e tão sem disposição até mesmo para me levantar, que começo a divagar na cama sobre as coisas que tanto me atormentam. Depois me vejo de cabeça tão cheia que não vejo, escuto ou entendo nada direito, é muita gente falando ao mesmo tempo. Estou zangada com tudo, grito toda hora, qualquer coisa me estressa e me faz ter um acesso de fúria, o que é estranho já que, geralmente, eu sou um poço de calma. Acabei de gritar com meu irmão porque o pedi para não lavar o cabelo e ele foi molhar os tão benditos fios louros. Detesto isso, não só o fato de ficar nervosa e quase ter um ataque cardíaco a todo instante, mas também o fato de gritar sem necessidade com todos ao redor.  Minha mãe sempre pergunta se ando tendo só o pé esquerdo para levantar de manhã, acho que, em partes, ela tem razão, nunca tive tanto mau humor acordando, acordada, indo dormir e até emsmo dormindo. Não consigo dormir, durmo bem pouco todos os dias, ando tendo os mais confusos pesadelos por estes dias, mesmo quando são coisas boas, porque são coisas boas que me atormentam e me dão idéias dolorosas. Sonhei hoje um dos sonhos mais confusos de todos, me lembro de tudo, assim como me lembro de tudo em todos os sonhos que tive nesta semana. Quando começo a enlouquecer demais eu sempre descubro porque começo a me lembrar de meus sonhos e seus detalhes. Talvez eu não melhore dessa vez. Todos dizem que estou estranha, eu não me sinto estranha, não me sinto nada, absolutamente nada. Não sou eu, mas também não é uma pessoa diferente. Quem é? Eu não sei. Memórias passadas, arrependimentos, medos, desesperos e raivas me acertam em cheio o peito, ando tão confusa e pela primeira vez minha confusão não envolve estar dividida entre duas garotas. Não, gosto de uma, isso basta, não é recíproco e tampouco conhecido, mas vá, deixa-me brincar de amor platônico. A questão é que eu ando confusa comigo mesma, confusa sobre o que quero e o que vou fazer, confusa do que é real e o que não é. Só confusa sobre quase tudo, ainda guardo poucas certezas. Sei de quais amigos quero estar perto, sei de quem quero me reaproximar, sei muito bem do que me arrependo; eu só não sei o que eu quero além disso, tampouco do que eu tenho que fazer para que essas coisas que eu quero venham a acontecer. Estou louca, simples.

9 de dezembro de 2010

When angels cry blood

Ando sem cabeça pra pensar, sem paciência para nada, estou cheia de dores e não consigo dormir pela noite. Tenho medo de tudo, fico tonta com quase nada, meu peito dói o tempo inteiro e cair se torna algo bastante fácil. Penso, penso e novo e nem mesmo sei responder se eu estou bem. Claro que não estou, por que eu estaria? Claro que poderia estar pior, fisicamente falando, mas ainda sim. Há dias em que eu simplesmente gostaria de me esvaneser, sumir, dissipar-me no ar e acabar me tornando vapor, afinal, vapor se torna chuva e a chuva sempre é carregada para o mar. Sempre me indaguei que caminho tomar para esvair-me de tamanha natureza escura e cruel que me cerca, mas cheguei à um ponto em que até gosto da obscuridade e da melancolia, gosto da dor da nostalgia, gosto do sofrimento que causo à mim mesma. Ando esmorecida do mundo, de tamanha tristeza e tamanho tédio das coisas e das pessoas, me pergunto se não sou, assim como Álvares de Azevedo, entediada na vida, do mundo em si.

4 de dezembro de 2010

I'm not that strong, you know

Acabei de tomar um banho de chuva, cantando em plenos pulmões as músicas de Marisa Monte, estou extremamente feliz mesmo que sofrendo em partes, depois do momento "carnivália", me sentei molhada na varanda olhando a chuva caindo no pé de limão e calma toquei "João de Barro". Seu refrão é tão bonito e tão doce, o ritmo é melancólico, mas ainda sim, gentil. É doce, gosto disso em músicas, recomendo que todos escutem. Agora escuto "Better than me" do Hinder. Detesto ter que escrever essas coisas assim. Escrevi um texto enorme para que uma única pessoa fosse ler e mudei de idéia, que mal faz guardar algo dentro de si por mais um tempo, certo? Certo. Agora toca "Só hoje", do Jota Quest. Combina com esse clima louco, combina com a cor do céu e combina com ela.

"Hoje preciso de você, com qualquer humor, com qualquer sorriso
Hoje só tua presença vai me deixar feliz.Só hoje"

Eu sempre faço as coisas certas nas horas erradas, assim como na música. Eu já fui a causa das suas noites sem sono? Acredito que não, mas espero que sim. Não que goste de sua dor, só queria saber qual parte de mim ainda é viva em ti. Espero que exista alguma, ainda. É. Eu gostaria que fosse verdade. Não estou bem hoje, estou louca na verdade. Confusa, meio acuada, bicho teimoso e perigoso, feito leão no circo quando fica velho e inofensivo, só querendo um cafuné e uma paz dentro de si. Sei que errei, e não errei pouco, errei muito e errei feio, mas essas coisas são necessárias. A gente precisa errar e perder pra saber o que nos é de valor e tentar, de alguma forma, ter de volta. É tarde demais pra lembrar e estar disposta a mudar o passado? Eu espero que não seja.