26 de outubro de 2010

E deixo o cansaço ganhar

Loucura segundo o dicionário Pribreram da Língua Portuguesa:
"1. Alienação mental;
2. insensatez, imprudência;
3. extravagância;
4. doidice, acto descontrolado ou irreflectido."

Acredito que seja impossível escrever um livro sobre loucura sem acabar, em parte, enlouquecendo com ele. Na verdade, acredito que seja uma loucura o que acabei de dizer, pois afinal de contas, eu sou a louca que está contaminando o livro inteiro. A cada dia que passo, mais arranco os fios de cabelo da minha cabeça de tanta agonia, a cada noite que viro me sinto enlouquecer ainda mais. São 06:12 da manhã e eu deveria estar dormindo para acordar em dezoito minutos para me vestir e ir assistir uma aula - que não faço há tempos - de forma digna e bem disposta, entretanto, não consigo nem mesmo disfarçar a falta de sono ou pensar em uma boa desculpa para dar aos meus pais para poder faltar na escola. Como assistir aquelas aulas insuportáveis sem dormir ou sem cometer homicidio seguido de suicidio eu me pergunto. Como? Como aturar pessoas que detesto, pessoas que não conheço? Pessoas que ao contrário de mim são de verdade, de carne e osso e não de tinta e papel? Pessoas que fazem barulho? Me enoja tanto este pacto demoniaco que tratei de fazer comigo mesma. Uma anotação mental, uma vontade gigantesca de tomar café e uma música melancólica tocando no pc, triste fim para uma mente tão fracassada. Sabe, é mentira quando dizem que todos têm o mesmo potencial, é uma grande mentira.

2 de outubro de 2010

derrière l'écran

Já se sentiu totalmente sozinho mesmo que estivesse rodeado de pessoas e motivos para estar se sentindo bem? Todo mundo já teve a sensação de solidão e vazio, mas somente quando tem motivos para sofrer assim. Eu sofro, mas não consigo encontrar a razão para tamanho sofrimento, é como se eu estivesse sugando a tristeza alheia, tomando do mundo seus males e chorando por eles. Realmente não sei a razão de estar me sentindo assim. Não quero estar perto de ninguém, e quando estou, não quero que vão embora. Minha vontade para fazer as coisas parece ter sumido, levantar e fazer o que antes me dava prazer, agora é uma tortura, é dificil demais. Levantar-me e abrir as cortinas, deixar o sol entrar, dói, machuca. As pessoas que mais me eram importantes, andam tão indiferentes que eu tenho até mesmo nojo de estar perto delas, e por algum motivo, continuo sendo falsa e mentirosa ao ponto de insistir para que continuem perto, por puro drama, por pura vontade de lhes ferir com a frieza. O estranho é que eu estou feliz quando perto Dela, de alguns poucos amigos, mas a tristeza, a solidão, o vazio e a dor me dominam quando estou só. Eu não consigo ter sensação alguma quando sozinha, nada parece importar ou existir no meu mundo. Só quero escrever, tomar meu café e ver a chuva batendo na janela deste quarto frio...