23 de julho de 2010

Imbranato.

Acordei me sentindo quebrada, não tinha sono algum, mas não queria levantar. Queria continuar caída naquela cama sem me lembrar de nada, queria voltar a dormir e a não pensar em simplesmente coisa nenhuma, queria deitar e não levantar mais. A droga do celular tocando alto me fazia querer vomitar, quem era? Minha avó ligando para checar se ainda tinha créditos no telefone de casa. Uma vontade absurda de jogar no chão aquele maldito pedaço preto de tecnologia me subiu pelas veias, revirei os olhos e voltei a tentar dormir. Sem sucesso, liguei o rádio e coloquei-me a ouvir músicas cafonas que com certeza não me fariam mais feliz. Uma coisa que sempre vi em mim, quando assustada, amedrontada, triste e magoada, eu nunca fico "irritável", eu fico irritante tentando parecer o mais feliz possível. Uma euforia maluca me cresce, uma infantilidade louca, reflexo de toda a vontade de gritar alto amaldiçoando a Terra por todas as voltas que dá me fazendo cair. Choros e risos exagerados a cada instante, palavras que machucam, que enraivecem até o último pedaço da alma. Calafrios, uma vontade de deitar na cama, fechar as janelas, excluir toda a luz possível do dia, botar uma música cafona no rádio e olhar pro teto pensando no quanto as coisas não fazem sentido algum. Odeio tudo isso. A espuma branca do leite vai se escurecendo com o café que se mistura lentamente com este, ambos quentes de me queimar a garganta, exatamente como gosto. O céu de azul vivo, mas escurecido como se coberto por mil nuvens cinzentas, me lembra o quanto tudo é repartido ao meio, o quanto tudo é tão contraditório e até mesmo relativo. Vicio maluco que me atormenta em cada canto, cada detalhe e cada lembrança me traz a minha loucura. E ah! Como eu odeio espelhos. Eu estou em casa, não me mudei, não sai do lugar, mas ah, como queria poder voltar pra "casa"! Let me go home...

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