6 de março de 2011
Turn on those sad songs
Sabe quando você olha ao redor e sente aquela sensação de vazio assolar o peito? É quase como entrar na água e não senti-la, não se afogar e nem sentir a diferença da pressão conforme você caminha. Definindo de uma maneira realista, é quando você chega em um lugar e se vê rodeada de rostos, mas não vê nada além de borrões, de máscaras e de gargalhadas. É como se você precisasse desesperadamente ou de óculos ou de pernas para correr. É uma vontade de se esconder, uma sensação extrema de vazio. Aquele medo, aquela perca momentânea da razão. Nadar sem bóias, andar no fundo do oceano sem sentir a pressão te esmagar, não se assustar com aquele contraste de monstruosidades e achar a falta de luz a coisa mais bonita ali. O escuro é a chave. Em luz você consegue ver, consegue saber o que toca, tem o poder e a capacidade de sentir e se ferir. O escuro esconde tudo, o escuro te envolve durante a noite, te beija o rosto e lhe sussurra que tudo vai estar vem quando acordar. Sombras escondem o sol, estrelas se chocam e se quebram, luas caem e nuvens se formam carregando a tempestade impetuosa e cheia de ódio. O fogo queima, o fogo chia, o fogo grita, mas o fogo não se apaga, o fogo cresce e devora tudo ao seu redor, o fogo é incontrolável e o fogo não teme, o fogo quer ferir, o fogo precisa destruir o mundo. O fogo tem fúria, o fogo está ficando insano. O fogo precisa acabar com tudo ao seu redor, e o fogo vai fazer isso. Ele quer ser só, ele quer só a sua luz, o fogo é egoísta e egocêntrico, quer só a si mesmo e é assim que vai ficar. O fogo se mata.
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