7 de agosto de 2010
Flor de cerejeira
É de fato que não ando dormindo bem ultimamente, para ser franca, há mais de uma semana não consigo dormir. Pesadelos, faltas de ar, solidão. Simples e sem maiores explicações. Durmo pouco e acordo dolorida e mais cansada do que quando me deitei, fico tempos e tempos na cama olhando o teto e mirabolando quantas ondas cada pequeno trecho daquela madeira fina tem. Chego à conclusão de que não existem ondas ali e volto a buscar algo em que pensar. Lembro-me da escola e me visto rapidamente esquecendo a famosa vaidade, vestindo a primeira coisa que vejo pela frente se ela for me esquentar. A rotina me mata aos poucos assim como o tédio e a falta de inspiração. Aonde estão as tais musas inspiradoras de quem tanto me falam? Não encontro nenhuma disposta a me causar devaneios loucos de suar o travesseiro ou simplesmente causar o suspirar entre os vermelhos e finos lábios meus. Então paro e me dedico às flores de cerejeira. Delicadas e belas da forma mais singela e simples possível, tão serenas.
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