25 de maio de 2010
O tal do amor...
Já teve a sensação de que algo está faltando em você? Como um vazio enorme que se torna completamente impossível de completar? Um rabisco feito à lápis que mesmo quando é apagado continua ali? Acho que nunca senti meu coração batendo tão lentamente. Nunca senti tanta dor quando respiro, tamanha agonia ao abrir os olhos, é como se eu tivesse uma pedra enorme no peito. Eu passo todas as noites em claro agora, e quando vejo o sol nascer sinto que o tempo não passou realmente, é aí que me levanto de minha cama e vou tomar banho. O frio não me incomoda, a água gelada logo cedo também não. Me enxugo e me visto sem nenhuma vontade de parecer "bem", limpa ou até mesmo bonita. Amarro o cabelo de qualquer jeito para evitar ter que penteá-lo, jogo minhas coisas dentro da bolsa desorganizada, pego as chaves e me arrasto até a escola. Chego lá e me obrigo a sorrir para todos que comigo vem falar, me forço a rir e responder "estou ótima e você?" quando me perguntam como estou. Estou cercada de amigos que se importam, que me fazem rir, entretanto, eu não consigo deixar de me sentir sozinha. Passo os três primeiros horários praticamente dormindo, eu estou lá olhando para frente e em silêncio, resolvo os exercícios pedidos, sorrio com as piadas sem graça que os professores fazem, mas não presto atenção alguma. Tudo é branco e preto; branco, preto e cinza somente. Aí chega o intervalo, todas aquelas pessoas parecem sumir e dar passagem somente à ela com aqueles olhos tão estupidamente castanhos e brilhantes, aquele sorriso timido e gentil, aqueles passos calmos e delicados, aquele cheiro suave quem mesmo distante invade meu nariz. É quando seus olhos batem nos meus, é irônico como só ela possuí uma cor em toda aquela multidão, como todos viram vultos e giram ao seu redor desaparecendo, deixando que somente nós duas existamos naquela pequena fração de segundos aonde nossos olhos se encontram. Então ela sorri simpática ao me ver e se vai, é aí que tudo volta ao pesadelo real que era antes... Eu diria algo se pudesse, entretanto, tenho medo de perder seu sorriso, medo de perdê-la de vez, medo de me arriscar. Medo dela.
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